É muito comum ouvir de pessoas que oram relatos de que sentem-se mais aliviadas, calmas e seguras durante e após o ato de orar. Muitas pessoas podem pensar que isso esta relacionado apenas com a crença. Porém, mais do que isso, nosso sistema neurológico também é afetado pelas nossas crenças. Se esse afeto vai ser bom ou ruim, dependerá muito do contexto no qual o individuo se encontra naquele momento.
É uma forma de ter prazer e bem-estar!
Todas as nossas ações e pensamentos tem relação direta com nosso cérebro, não é diferente com nossas condições espirituais ou religiosas. Quando conversamos com uma pessoa que admiramos, nosso cérebro libera substâncias que nos fazem sentir prazer. Quando brigamos, ele libera substâncias de adrenalina, entre outras. A oração também é percebida como uma conversa para aquele que tem fê, uma conversa com o divino. Por isso, quando oramos, substâncias são liberadas afetando nosso corpo, nossos sentimentos e nossas atitudes.
Por que devemos falar ao orar?
Ainda pensando na oração como uma conversa, Freud ensina que o melhor meio de compreender uma situação é falando sobre ela. Falando vamos conectando ideias e construindo explicações que ainda não tínhamos. Ele chama isso de catarse. Ao orar, falamos com o divino, que não nos interromperá, nos dando total liberdade para falar o quanto desejarmos. Em muitas crenças, acredita-se que esse divino é compreensivo e não irá julgar, mas nos mostrar aquilo que é correto. Devido a isso, a pessoa que ora sente-se a vontade para falar o que acha necessário, sem medo de retaliações, constrói uma confiança. Falando o que achar necessário, ela conseguirá pensar com clareza na situação que vive, isso a deixará mais calma e segura, apta para tomar decisões racionais.
Como a oração influencia o corpo?
As nossas funções corporais também são afetadas ao orar. São ativadas regiões do cérebro que nos deixam mais reflexivos, consequentemente regiões relacionadas a ação têm suas atividades reduzidas. Isso significa que a pessoa torna-se menos impulsiva quando ora, ficando menos ansiosa e sentindo-se mais segura. Isso é muito útil para pessoas que lutam contra desejos ou vícios.
Em uma pesquisa realizada pelo NYU Langone Medical Center, membros dos Alcoólicos Anônimos foram colocados em um scanner de ressonância magnética ao mesmo tempo em que viam imagens relacionadas à bebida. Inicialmente, seus desejos se mostraram cada vez mais intensos. Após isso, conduziram os participantes a fazer orações e seus desejos foram visivelmente reduzidos (Link da pesquisa).
Estabiliza emoções e é fonte de equilíbrio
As emoções podem ser estabilizadas nos momentos de oração, diminuindo o medo e a raiva, pois liberamos o hormônio ocitocina que é responsável, entre outras coisas, pela sensação de segurança e bem-estar. A pessoa que ora fica menos ansiosa, pois córtex pré-frontal é afetado também, esta região é responsável pela tomada de decisão e planejamento. Ao colocar a confiança no divino, compreende que não precisa dar conta de absolutamente tudo e busca olhar para as ações que estão ao seu alcance.
A oração pode ser um hábito saudável se for praticada com prudência. Tem um potencial transformador, porque pode ser fonte de equilíbrio entre as ações e as emoções, levando o sujeito a construir raciocínios mais elaborados sobre as circunstâncias que vive e elevando a sua autonomia na tomada de decisão. Isso é um hábito que pode fazer parte de um dia-a-dia mais feliz, leia o artigo “O hábito de ser feliz‘.