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Casamento: Intimidade emocional

Muitas pessoas que fazem psicoterapia – individual ou de casal – buscam maneiras de aumentar a intimidade no relacionamento. Mas o que seria essa intimidade? Por que pessoas que vivem juntas não se sentem íntimas uma da outra? O que falta, além de dividir o cotidiano e ter a presença física?

A reclamação mais ouvida é que não existe mais diálogo e que não fazem mais atividades de lazer juntos. Isso pode acontecer, algumas vezes, porque as pessoas vão mudando  ao longo dos anos, adquirindo novos interesses dos quais o cônjuge não participa. Assim, vão compartilhando cada vez menos seus interesses.

O problema não está em ter interesses individuais, isso também é necessário para que o relacionamento não se torne doentio. O “nós” não deve anular o “eu”. Sair com os amigos, ter hobbies pessoais, ficar um tempo sozinho é preciso, porque ninguém consegue ser bom companheiro se não for bom para si mesmo. Deve existir limites na intimidade e cada casal estabelece seus próprios.

 

Compartilhando fatos

Existe uma diferença entre compartilhar pensamento e compartilhar o cotidiano. Cotidiano são fatos, não é muito diferente de ler uma manchete no jornal – você não se sente próximo do autor, não sabe o como ele se sente, nem o que ele pensa, é como se ele não existisse. Existe uma relação, mas é uma relação sem afeto, sem intimidade. Muitas pessoas sabem de tudo o que acontece no cotidiano do parceiro – como é seu trabalho, o que almoça, quem são seus amigos… – mas não sabe das emoções que ele sentiu, dos conflitos que o frustrou, de algo belo que chamou a sua atenção no caminho, da piada que o fez rir.

É por isso que, quando o parceiro faz algo diferente, o outro fica assombrado. Quando há algum tipo de traição, é comum ouvir relatos como:”Faz tanto tempo que estamos juntos e eu ainda não o conhecia!”. Houveram mudanças de comportamento, de caráter e de ideias que não foram percebidas, porque nada foi dividido além de fatos vazios de afeto. Isso acontece com frequência com a chegada dos filhos, a atenção do casal se volta para as crianças e para responsabilidade de criá-las, afastam a atenção um do outro, prejudicando a intimidade do casal.

Alguns casais saem para jantar e passar um tempo juntos, eles realmente tentam. Mas comem calados, no máximo falam sobre o sabor da comida e de preocupações cotidianas. Esquecem que as pessoas mudam o tempo inteiro. É preciso conhecer o outro novamente, como se fosse a primeira vez. A intimidade não é eterna, precisamos nos dedicar para que ela permaneça e, mais do que isso, se renove.

Compartilhando afetos

Quando se compartilha pensamentos, interpretações, opiniões, sentimentos, se compartilha um pouco de si – existe uma troca de afetos que dá cor e vida aos fatos contados. Para participar da vida do outro, não precisamos estar fisicamente envolvidos, mas afetivamente conectados. É por isso que alguns namoros a distância são mais felizes que outros relacionamentos nos quais as pessoas podem se encontrar sempre que desejarem.

Quando for compartilhar um fato, também fale sobre o que pensou e sentiu naquele momento, para que você não seja apenas um informante, mas um companheiro que divide a vida com o outro. Quando as pessoas se casam, elas prometem serem fieis na alegria e na tristeza – como isso seria possível se os sentimentos não fossem expostos? Não é possível estender a mão ao outro se não souber o quanto ele precisa disso, não é possível receber ajuda se não contar as tuas fragilidades.

É muito triste sentir-se mais próximo de amigos, vizinhos e colegas do que da pessoa que mora ou convive muito contigo. Isso coloca muitos relacionamentos em cheque. Para melhorar a intimidade, as vezes não é necessário mudar rotina e criar situações, apenas falar e demonstrar mais sobre si mesmo e se interessar em conhecer novamente o companheiro.

Muitas pessoas afirmam que sentem-se inseguras ao demostrar emoções ao companheiro, por não acreditar que ele irá ser empático. Neste caso, é preciso entender a forma correta de se comunicar com ele, de acordo com as características desta relação. Veja aqui como acabar com as brigas.

Dê vida ao teu relacionamento

Já pensou no seu relacionamento como algo “apagado” ou sem graça? Qual foi a ultima vez que se doou? Que saiu de uma conversa pensando: “quero repetir isso!”? Pequenas palavras podem provocar mudanças profundas. A responsabilidade começa por você. Às vezes, precisamos parar de esperar um atitude do outro e sermos estratégicos em nossas relações.

Author:
Formada em Psicologia e Teologia, ajuda casais e famílias desde 2016 com Técnicas comprovadas cientificamente.