Submissão é uma palavra que, muitas vezes, causa desconforto. No contexto do casamento cristão, ela é frequentemente mal compreendida, tanto por quem a exige quanto por quem tenta praticá-la. Afinal, até onde devemos ceder, servir ou permanecer calados? Quais são os limites da submissão saudável?
A submissão não é obediência cega ou anulação pessoal, mas uma postura de fé, inteligência emocional e dependência de Deus. Neste artigo, vamos refletir sobre os limites da submissão e o que significa servir com inteligência, sem se anular e sem transformar o casamento em um ídolo.
1. O principal limite: quando o casamento ocupa o lugar de Deus
O casamento foi criado por Deus e para Deus. Ele é uma representação simbólica da união entre Cristo e a Igreja, não um fim em si mesmo. Quando colocamos o cônjuge ou a felicidade conjugal como prioridade máxima da vida, caímos em idolatria emocional e isso nos desvia do propósito eterno.
O livro Entre a dor e a promessa nos lembra que a verdadeira alegria no casamento não vem de um relacionamento “ideal”, mas de um coração alinhado com Deus. Submeter-se ao outro não significa se submeter à injustiça, ao desrespeito ou à idolatria. O cônjuge não pode ser a sua fonte de identidade, segurança ou salvação.
2. Submissão não é passividade — é direcionamento inteligente
Muitos confundem submissão com omissão. Acham que ceder sempre, calar sempre ou aceitar tudo em nome da “paz” é sinal de amor. Mas não é.
Submissão saudável é aquela que se guia pelo Espírito Santo e pelos frutos do espírito: amor, alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. Esses frutos não surgem da noite para o dia, mas são desenvolvidos em processos profundos de transformação pessoal.
Quando as emoções estiverem à flor da pele, em vez de desabafar descontroladamente com o cônjuge, direcione esse conteúdo para alvos mais saudáveis: oração, acompanhamento pastoral, psicoterapia ou conselhos maduros. Falar é importante, mas saber com quem e como falar, é sabedoria.
3. Não espere dele o que só Deus pode dar
Um dos erros mais comuns nos relacionamentos é esperar que o outro nos complete. Esperamos que o cônjuge entenda nossos silêncios, resolva nossas inseguranças, preencha nossos vazios e esteja sempre disponível. Mas isso é injusto.
O livro Entre a dor e a promessa alerta: esperar do cônjuge o que só Deus pode suprir é um convite à frustração, à raiva e à amargura. Seu marido ou esposa é feito de pó, como você. Não tem o poder de sustentar o seu coração. Essa responsabilidade é exclusivamente do Senhor. Quando colocamos o cônjuge no trono da nossa vida, Deus é rebaixado a um meio para “fazer o casamento dar certo”. E isso desorganiza toda a estrutura emocional e espiritual do relacionamento.
4. Servir com inteligência: nem controlar, nem se omitir
Submissão verdadeira não é sobre controlar o outro com gestos “bondosos”. Muitas vezes, tentamos manipular o comportamento do cônjuge através de sacrifícios e atitudes aparentemente generosas, mas com segundas intenções: “faço tudo por ele, ele deveria me tratar melhor.”
Esse tipo de postura, segundo o livro, não é serviço cristão, é egoísmo disfarçado. Você não é responsável por educar o outro. A mudança real no seu cônjuge vem de Deus, e não da sua insistência. O que está ao seu alcance é a sua própria transformação.
5. Foco na autorresponsabilidade: comece por você
É fácil apontar os erros do outro. Difícil é olhar para os próprios padrões, palavras, reações e falhas. Submissão saudável passa por um profundo exercício de autorresponsabilidade emocional e espiritual. Ou seja: ao invés de dizer “ele(a) precisa mudar”, pergunte a si mesmo:
- Como eu reajo quando me sinto ferido?
- Tenho buscado Deus ou apenas culpado o outro?
- Tenho negligenciado meu próprio crescimento pessoal?
A mudança que você deseja no seu casamento precisa começar em você.
6. Cuidar de si é obediência
Servir com inteligência exige equilíbrio. Não adianta dedicar todas as suas energias ao relacionamento e se esquecer de si mesmo. Você também precisa cuidar da sua saúde mental, das suas amizades, da sua fé, da sua rotina e do seu propósito individual.
O livro ensina que o avivamento de um casamento passa, obrigatoriamente, pelo crescimento pessoal de cada cônjuge. Casamentos fortes são feitos por pessoas que sabem quem são e que reconhecem seu valor em Deus, antes de buscar reconhecimento no outro.
Submissão com limites é sinal de maturidade e fé
Submissão no casamento não é sobre servidão, nem sobre controle. É sobre colocar Deus no centro, cultivar os frutos do Espírito e agir com equilíbrio entre fé, sabedoria e responsabilidade pessoal.
O livro Entre a dor e a promessa traz uma abordagem realista, profunda e restauradora sobre esse tema, mostrando que amar não é se perder, mas se entregar a um processo onde Deus molda os dois, começando por você.
Leia também: Entre a dor e a promessa
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