É comum que uma discussão por situações e coisas se desenvolvam e se tornem por motivos pessoais. O sofá que foi comprado sem combinação mútua se torna um símbolo de egoísmo ou descontrole financeiro, a reclamação do almoço que queimou faz o outro se tornar um carcereiro dentro de casa. Tudo que é objetivo e simples, ganha força emocional e o casal começa a lutar entre si.
Esse problema é muito comum em todo tipo de relacionamento, desde matrimonial até profissional. Porém, quando é matrimonial, ganha proporções diferentes, já que ambos necessitam um do outro. Em um casamento, o casal espera mais um do outro, as expectativas e exigências aumentam. Em consequência disso, a frustração também cresce.
Na medida que as brigas aumentam e as mágoas crescem. o casal se afasta cada vez mais, criam estereótipos entre si e a imagem construída se torna maior do que a realidade do que o outro está tentando expressar. Quando você vê o outro com base nesse estereótipo, se fecha para qualquer possibilidade de mudança. Pensando nisso, o maior desafio em lidar com as ofensas é quebrar essa percepção!
As ofensas mais comuns
Todo estereótipo começa por uma mágoa. Quando alguém fala ou faz algo que te magoa, fica uma marca que permanece. Por medo de sofrer novamente, mantemos essa percepção na mente para estar sempre preparados quando o problema acontecer novamente. Veja quando são as ofensas mais comuns e quais estereótipos elas geram durante uma discussão:
- Ofender a família: a família é vista como algo permanente, então todas as ofensas direcionadas a ela são problema que o outro entende que não serão solucionados. O parceiro que recebe essa ofensa, entende que o outro não respeita a sua história e é injusto.
- Comparações: um dos maiores males das brigas é comprar o cônjuge com outras pessoas, independente de quem sejam. Quando o parceiro faz isso, é como se ele provasse que não está tendo um empatia real pelo outro, não está olhando para quem ele é, mas o colocando dentro de um molde. Isso diminui muito a confiança no casamento.
- Palavras agressivas: palavrões e xingamentos de baixo calão é uma forma muito suja de desrespeito. O parceiro que faz isso recebe um estereótipo de histérico, descontrolado e impulsivo. Isso faz com que o parceiro não seja percebido como uma pessoa madura.
- Ataque direcionado: Esse ataque acontece quando o parceiro sabe exatamente qual é o seu ponto fraco e quais palavras vão te causar mais dor e constrangimento. Quando isso acontece, o parceiro é visto como um inimigo de quem você precisa se defender.
Como agir NA HORA da discussão?
Existem dois grandes erros: O primeiro é ficar calado e submisso, esperando que o outro se dê conta sozinho e de repente mude. O segundo erro é começar a brigar no mesmo nível que o outro, mantendo o padrão violento e incentivando a briga a piorar. Precisamos de um meio termo, mais racional e de autocontrole.
A melhor forma de agir em uma discussão é avisar, de forma clara e objetiva, qual é o seu limite e o que vai acontecer quando ele não for respeitado. Quando você falar essas coisas, cumpra-as! Toda vez que você fala que algo é o seu limite, mas não faz nada a respeito, está treinando o outro a continuar com esse comportamento. Por exemplo:
“Se você gritar comigo, eu vou embora”
“Se você me ofender, a conversa termina.”
Se você falar isso e o outro gritar, simplesmente se retire, cumpra o que foi falado. Muitas pessoas ficam ameaçando fazer coisas, especialmente separação, mas nunca colocam em prática aquilo que falam. Isso faz com que as suas palavras se tornem vãs, elas não merecem respeito se não forem respeitadas primeiro pela pessoa que as falou!
É preciso tomar cuidado para que suas palavras passem a impressão correta que é LIMITE, não punição. Punir é quando você prejudica o outro, limite é quando você não aceita ser prejudicado. Por isso, a melhor forma de lidar com limites é entendendo até que ponto você precisa se envolver em uma discussão.
Para não prejudicar o outro e não se machucar em uma situação, a melhor forma de lidar geralmente é cortar a comunicação imediatamente. Afinal, se o outro não respeita o teu limite, você não precisa se sujeitar a qualquer tipo de humilhação. Se afaste e retorne para conversar em um momento de mais tranquilidade.
O que te afeta mais?
Entenda o que ele fala que te abala e aprenda a se proteger emocionalmente. Em uma discussão, diversas coisas são faladas, mas algumas irão te afetar mais. Para se blindar contra isso é preciso ter autoconhecimento, se esforçando para refletir sobre as palavras e termos usados que te desestabilizaram mais.
Algumas situações fazem com que percamos o controle das nossas ações. Algumas ofensas são tão dolorosas que não conseguimos pensar em como agir, uma explosão de emoções invade o nosso corpo. Muitas vezes, é isso que impede que os casais consigam evoluir diante de desentendimentos. Caso isso não consiga ser feito de forma espontânea, se faz necessário realizar uma terapia que pode ser individual ou de casal.
