Quando o casamento não é prioridade

Quando essa prioridade é ignorada, os resultados costumam ser conflitos recorrentes, distanciamento emocional e ressentimentos que corroem a relação. Priorizar o casamento é uma responsabilidade essencial para a construção de uma vida a dois sólida e harmoniosa. Muitas vezes, essa falta de atenção ao casamento surge por diferentes razões, como excesso de trabalho, fuga dos problemas conjugais, busca por prazer em outros ambientes ou mesmo falta de maturidade para lidar com as demandas do relacionamento.

1. Excesso de Trabalho

Em muitos casos, o excesso de trabalho se torna um refúgio ou uma justificativa para a falta de atenção ao cônjuge. Para algumas pessoas, a ansiedade sobre o futuro financeiro pode levá-las a mergulhar intensamente na carreira, acreditando que estão garantindo segurança para a família. No entanto, essa dedicação excessiva pode gerar um desequilíbrio perigoso.

Enquanto um conjuge tenta superar um passado de dificuldades garantindo um futuro próspero para a família, o outro se sente trocado pelo trabalho. Enquanto um prova o seu amor trabalhando pela família, o outro espera que o parceiro trabalhe menos para lhe dar mais tempo de qualidade e viver o presente.

Outros usam o trabalho como uma forma de fuga dos problemas conjugais. Enfrentar dificuldades no casamento pode ser emocionalmente desafiador, e, para evitar conversas ou conflitos, alguns optam por se distanciar por meio do trabalho. Neste caso, sempre que algum assunto desconfortável aparece, o parceiro começa a trabalhar mais.

É importante que o casal encontre um equilíbrio entre necessidades financeiras e emocionais. O casamento depende de ambas para se sustentar. A minha sugestão para casais que passam por isso é ter uma noite por semana somente do casal, longe do trabalho, dos amigos e dos filhos, apenas os dois, para conversar, se divertir e se reconectar.

2. Foco no Prazer com Amigos e Família

Há pessoas que, sem perceber, acabam priorizando o tempo com amigos e familiares em detrimento do casamento. Buscar apoio e diversão em outros ambientes é natural, mas quando isso acontece de forma constante e exclui o cônjuge, pode sinalizar um problema mais profundo. Esse comportamento pode indicar uma tentativa de evitar conflitos no relacionamento ou, até mesmo, uma desconexão emocional.

Geralmente, a pessoa que faz isso não está se sentindo valorizada e respeitada no casamento. Ela se sente mais feliz e mais admirada quando está com outras pessoas. Isso aponta uma falha gravíssima na comunicação do casal, onde eles não conseguem expressar afeto verdadeiro e permitem que as cobranças e criticas sejam mais presentes do que os bons sentimentos.

Neste caso, mostrar interesse genuíno pelo seu parceiro e admiração pelas qualidades dele é essencial para resolver o problema. O conjuge precisa se sentir valorizado e amado, independente se for homem ou mulher. Por isso, controle sua língua, critique menos e seja mais agradável.

3. Falta de Maturidade

O casamento não é apenas um relacionamento romântico; é também uma parceria que envolve responsabilidades compartilhadas. Quando um dos cônjuges não tem maturidade suficiente para lidar com essas responsabilidades — sejam elas emocionais, financeiras ou práticas —, o peso da relação recai desproporcionalmente sobre o outro.

A imaturidade pode se manifestar de diversas formas: falta de compromisso com tarefas do dia a dia, dificuldade em lidar com conflitos de maneira construtiva ou até mesmo uma visão egoísta sobre o relacionamento. A pessoa imatura sempre foge das responsabilidades desagradáveis, fazendo com que o parceiro se sinta sozinho quando precisa lidar com problemas.

Neste caso, o meu conselho ao casal é que faça aconselhamento com alguém mais experiente no assunto. A falta de maturidade impede que vejam o que realmente está provocando o distanciamento e, por isso também não sabem como se posicionar como marido e mulher.

4. Egoísmo e Falta de Empatia

O egoísmo dentro do casamento é uma das barreiras mais desafiadoras para a construção de uma relação equilibrada e saudável. Quando um dos parceiros foca excessivamente em suas próprias necessidades, ele acaba negligenciando as demandas do outro. Esse comportamento individualista impede que o casamento funcione como uma parceria, criando frustração e desconexão emocional.

Experiências familiares ou relacionamentos passados podem ter moldado um comportamento onde priorizar apenas a si mesmo parece ser a única forma de proteção. Colocar o parceiro como prioridade exige disposição para abrir mão do controle, ceder e se mostrar vulnerável. O egoísmo, muitas vezes, é uma forma de autoproteção contra esse medo.

Construindo uma Relação Mais Forte

Lidar com um cônjuge que não prioriza o casamento pode ser desafiador, mas também pode ser uma oportunidade de crescimento para ambos. Permitir que o casamento se mantenha com está só vai piorar a situação, o livro “Entre a Dor e a Promessa” explica que quando deixamos de priorizar o casamento, ele não para no tempo — ele retrocede. Não há neutralidade no amor; ou avançamos juntos, ou nos afastamos aos poucos. A escolha de colocar o cônjuge como prioridade diária é o alicerce de um relacionamento saudável e duradouro.

Ao entender as causas subjacentes do comportamento do outro e trabalhar em conjunto para enfrentá-las, é possível reconstruir o casamento em bases mais sólidas, promovendo respeito, companheirismo e amor duradouro.