O padrão da pessoa controladora

Identificar a pessoa controladora pode ser crucial para manter relacionamentos saudáveis e equilibrados, sejam eles pessoais ou institucionais. Aqui estão algumas características que indicam comportamentos controladores.

Cria regras que não existem

Uma pessoa controladora muitas vezes estabelece regras arbitrárias e não negociáveis, impondo seu próprio conjunto de normas sobre o comportamento dos outros. Geralmente utilizam de regras não tão claras e, principalmente, do senso de moralidade social para interpretar os limites da forma como lhe convém. Ao mesmo tempo, se sente superior as regras que ela mesma deve cumprir, comportando-se, desta forma, com hipocrisia.

Um bom exemplo deste comportamento é o abuso de autoridade, onde o profissional dotado de algum poder se torna passivo-agressivo passando por cima dos limites éticos e utilizando da sua proteção institucional para praticar atos abusivos como ataques, constrangimentos e perseguições. O profissional que age desta forma, faz isso por acreditar que a pessoa oprimida não tem conhecimentos dos seus plenos direitos.

Com este comportamento, o opressor vai impondo regras nos seus subordinados, afirmando que os mesmos lhe devem obediência independente das leias institucionais. Nos relacionamentos pessoas, utilizam-se de sentimentos como culpa, medo e desejo para levar a vitima a se sentir obrigada a seguir suas regras pessoais.

Imposição de padrões

Ela afirma que todos devem agir de acordo com suas expectativas, desqualificando quem discorda ou age de maneira diferente. Utiliza termos como “certo” e “errado” para justificar suas demandas e desvalorizar as opiniões alheias. Toda e qualquer pessoas que não se comporte da forma adequada, é desmerecida.

Um exemplo deste comportamento é a imposição política existente em algumas profissões, utilizando de um discurso de ódio mascarado por uma falsa ética para desqualificar profissionais que não seguem a mesma visão. Ou seja, se pessoa não agir dentro do grupo de acordo com uma a regra imposta, ela não é considerada merecedora de estar lá.

Esses padrões são inexistentes e desnecessários, mas o controlador os cria e utiliza como forma de controle da manada. Se todos adotarem a mesma ideologia, será fácil construir um discurso emocional que os manipule, o que não acontece com quem pensa de forma crítica e tem consciência dos seus próprios limites.

Coação e pressão

Antes mesmo que o outro possa expressar suas próprias vontades ou necessidades, a pessoa controladora tenta influenciar ou manipular a situação em seu favor, muitas vezes usando táticas de intimidação ou culpa. Essa é construções de um ambiente, um clima emocional, que fará toda pessoa que pense diferente dela se sentir insegura.

A pessoa controladora pode recorrer a ameaças indiretas, gestos ou palavras intimidadoras para fazer com que o outro ceda às suas demandas. Isso pode incluir expressões faciais severas, tom de voz agressivo ou até mesmo gestos físicos que causem medo ou desconforto. Ela pode usar táticas de manipulação emocional, fazendo o outro se sentir culpado por não atender às suas expectativas ou desejos. Isso pode envolver expressões como “Se você realmente me amasse, faria isso por mim” ou “Você está me machucando ao não concordar comigo”.

Ao desvalorizar as opiniões ou desejos do outro, a pessoa controladora tenta minar sua autoconfiança e autonomia, tornando-o mais propenso a ceder às suas exigências. Isso pode acontecer através de críticas constantes, menosprezo ou ridicularização das opiniões alheias. Um fator muito comum é a distorção de fatos ou ocultação informações relevantes para moldar a percepção do outro sobre a situação, levando-o a tomar decisões que beneficiem seus próprios interesses.

Estabelecimento de prazos e punições

Recorre a ameaças e castigos para fazer valer suas vontades, adotando uma postura passivo-agressiva ao impor consequências caso suas demandas não sejam atendidas. A pessoa controladora pode não abordar diretamente o conflito, mas sim utilizar métodos indiretos e subversivos para manipular a situação a seu favor.

Em um relacionamento amoroso, isso pode se manifestar através de ameaças de término, retaliação emocional ou mesmo física caso o parceiro não concorde com suas demandas. A pessoa controladora pode também impor punições emocionais, como retirar afeto, ignorar o parceiro ou usar manipulações para fazê-lo se sentir culpado por não seguir suas vontades.

Da mesma forma, em uma instituição como universidades, comportamentos controladores podem ser observados em situações onde uma figura de autoridade, como um professor ou administrador, utiliza ameaças e castigos para impor suas decisões sobre os estudantes ou funcionários. Isso pode incluir a aplicação de punições acadêmicas, como reprovações e suspensões, ou mesmo a retirada de privilégios e oportunidades futuras.

Obrigação velada

Utiliza estratégias para fazer com que o outro se sinta obrigado a cumprir seus desejos, criando um ambiente de dependência e submissão, apelando para as emoções do outro, fazendo-o sentir-se culpado, envergonhado ou ansioso caso não atenda às suas demandas. Isso cria um sentimento de obrigação e pressão para satisfazer os desejos do manipulador, mesmo que não seja do interesse da outra pessoa.

Ela pode identificar pontos vulneráveis no outro e explorá-los para conseguir o que deseja. Isso pode incluir ameaças de abandonar o relacionamento, retirar apoio financeiro ou emocional, ou até mesmo usar informações pessoais contra a pessoa. A pessoa controladora pode tentar isolar o outro de amigos, familiares ou outros sistemas de apoio, tornando-o mais dependente dela para suprir suas necessidades emocionais, sociais ou práticas.

Ela pode elogiar o outro apenas quando ele age de acordo com seus desejos, reforçando assim o comportamento desejado e criando um ciclo de dependência emocional. Assim, o oprimido só consegue se sentir em paz neste relacionamento quando o seu agressor está satisfeito.

Postura superior

Demonstra uma atitude de superioridade em relação ao outro, agindo como se estivesse acima dele e detendo o controle sobre a situação ou o relacionamento. Usando áticas manipulativas, como distorções e chantagem, para fazer o outro se sentir inferior, culpado ou incapaz de contestar seu poder e autoridade.

Pode adotar um tom de voz autoritário e dominante ao se comunicar com o outro, fazendo com que suas opiniões e desejos pareçam mais importantes e válidos. Toma decisões importantes sem consultar ou considerar os desejos e opiniões do outro, agindo como se sua perspectiva fosse a única válida.

A pessoa controladora pode desconsiderar ou minimizar os sentimentos, preocupações e necessidades do outro, agindo como se eles fossem irrelevantes ou sem importância. Essa avaliação é feita de acordo com o seu próprio crivo a respeito do que é importante ou não aos seus olhos e de acordo com a sua ideologia. Geralmente, afirmam que o sentimento da vítima não tem valor, porque existe alguém sofrendo mais.