A frequência sexual “normal” em um relacionamento é uma questão altamente individual e pode variar muito de um casal para outro. Não existe uma frequência sexual universalmente considerada como normal. Porém, é claro que existem alguns padrões que podemos usar como métricas para entender se a vida sexual está saudável ou não. Aqui estão alguns pontos a serem considerados:
Varia de Casal para Casal
O desejo sexual e a frequência sexual variam de pessoa para pessoa. O que é satisfatório para um casal pode não ser suficiente para outro, e vice-versa. Essa variação costuma acontecer dentro do próprio casamento, quando o homem quer uma frequência e a mulher deseja outra e é neste caso que o casal entra em conflito.
Na maioria dos casos, o homem tem mais libido que a mulher, mas também já atendi diversos casais que a mulher tinha mais libido que o homem. Por isso, o sexo da pessoa não define uma regra. Quanto mais libido ambos têm, mais vezes durante a semana é necessário para que ambos se sintam satisfeitos.
Na minha experiência clinica, observei que é importante que o casal tenha relação sexual semanalmente, assim eles se mantém conectado. No livro “Ponto G do amor” eu explico que quando o casal fica 15 dias ou um mês sem sexo, a sexualidade se torna um problema dentro do casamento e o casal fica mais propenso a cair em tentações como pornografia e adultério.
A média de vezes apresentada pelos casais durante as terapias é duas ou três vezes durante a semana. Poucas pessoas se sentem satisfeitas apenas com uma vez e o mesmo acontece com quem precisa de sexo mais de quatro vezes na semana.
Mudanças ao Longo do Tempo
A frequência sexual pode mudar ao longo do tempo e em diferentes estágios de um relacionamento. É normal que o desejo sexual flutue devido a fatores como estresse, saúde, idade e mudanças na vida. Porém, com excessão das situações de doença, luto ou puerpério, não é natural nem desejável que o casamento fique sem sexo por um mês ou mais.
É comum que essas alterações naturais interfiram reduzindo a frequência, mas nunca a extinguindo por completo. Essas alterações devem começar e terminar, não permanecer por vários meses. Quando o casal tem a vida sexual reduzida por 2 meses ou mais, é sinal de que problemas maiores estão influenciando nessa frequência.
Qualidade Importa
Mais importante do que a quantidade é a qualidade da intimidade sexual. Um casal pode ter uma vida sexual satisfatória com menos frequência, desde que a conexão e o prazer sejam significativos. Por isso, se ambos se sentem bem com uma vez por semana, não devem se preocupar em fazer isso mais vezes, desde que essa uma vez conecte e satisfaça a ambos. Eu não falei de números para que o casal se encaixe, mas para vocês tenham uma leve noção de como isso funciona na prática dos casamentos.
Muitas vezes, os casais pensam que precisam ter muitas relações sexuais para se satisfazerem e quando experimentam uma relação com desejo mútuo, qualidade e intimidade, percebem que o que estavam buscando não era o coito, mas a conexão profunda com o parceiro. Desta forma, a vida sexual se torna parte integrada da intimidade emocional do casal e não algo extra que deve ser realizado.
Comparação Pode ser Prejudicial
Comparar a frequência sexual com a de outros casais ou com expectativas externas pode ser prejudicial. Cada relacionamento é único, e o que funciona para um casal pode não funcionar para outro. Por isso, não busque se moldar a padrões, mas compreenda o que você realmente precisa. Essa discussão não deve ser eu falando números para você alcançar, mas te trazendo mais material para conversar com seu conjuge a respeito disso. É preciso que vocês conversem sobre o que é ideal para cada um e doem um ao outro.
Satisfação Mútua
O objetivo é alcançar a satisfação sexual mútua. O importante é que ambos os parceiros estejam felizes com a frequência e a qualidade da atividade sexual.
Se você e seu parceiro estão preocupados com a frequência sexual em seu relacionamento, é uma boa ideia conversar abertamente sobre suas expectativas, desejos e preocupações. Às vezes, o aconselhamento de um terapeuta de casais ou de um terapeuta sexual pode ser benéfico para ajudar a abordar questões relacionadas à intimidade e à frequência sexual. O mais importante é que a frequência sexual seja adequada e satisfatória para ambos, promovendo a saúde emocional e a conexão no relacionamento.