Psicóloga explica a monogamia

A monogamia, que é a prática de ter um único parceiro sexual ou romântico ao longo da vida, é uma característica observada em algumas espécies animais, incluindo os seres humanos. Embora haja variação nas formas de relacionamento e estruturas familiares ao redor do mundo, a monogamia é uma forma comum de relacionamento humano em muitas culturas. Existem várias teorias científicas que explicam monogamia em seres humanos, veja algumas.

Seleção de parceiros

Entende que a monogamia pode ser benéfica para garantir recursos e cuidados parentais para a prole. Nesse sentido, a monogamia pode aumentar as chances de sobrevivência e sucesso reprodutivo da descendência, já que ambos os pais estão investindo tempo e recursos para criar os filhos.

Vínculos sociais

Outra explicação científica para a monogamia humana é a teoria do vínculo social. A monogamia pode fortalecer os laços emocionais e a cooperação entre os parceiros, promovendo a estabilidade do relacionamento. Isso pode ser particularmente importante em sociedades humanas complexas, onde a cooperação entre os parceiros é necessária para lidar com desafios e enfrentar ameaças.

Neurobiologia da monogamia

Aspectos neurobiológicos também podem desempenhar um papel na monogamia. Estudos têm mostrado que a liberação de alguns hormônios está relacionada à fidelidade e ao comportamento monogâmico. 

A oxitocina e a vasopressina são dois hormônios que desempenham papéis cruciais na formação e manutenção dos vínculos sociais, incluindo a monogamia. A oxitocina é conhecida como o “hormônio do amor” ou “hormônio do apego”, e desempenha um papel importante no estabelecimento de laços afetivos entre parceiros. A vasopressina está associada a comportamentos de proteção, territorialidade e fidelidade.

Estudos em animais têm demonstrado que a liberação de oxitocina e vasopressina está relacionada à formação de laços monogâmicos. Por exemplo, em algumas espécies de pássaros, níveis elevados de vasopressina estão associados ao comportamento de cuidado parental masculino. Em roedores, a administração de oxitocina ou vasopressina pode promover comportamentos monogâmicos, como a preferência por um único parceiro sexual.

Em humanos, pesquisas têm mostrado associações entre variações genéticas nos receptores de oxitocina e vasopressina e diferenças individuais na resposta emocional, nos comportamentos de vinculação e nos relacionamentos românticos. Além disso, estudos com ressonância magnética funcional (fMRI) têm revelado que regiões cerebrais envolvidas na resposta emocional, como o córtex cingulado anterior e o córtex pré-frontal medial, estão ativadas durante experiências de amor romântico duradouro.

 

Leia também Como a pornografia afeta o cérebro