A vida sexual dentro de um relacionamento não é apenas feita de desejo, paixão ou afinidade física, alguns traumas do passado podem se fazer presentes de várias maneiras. Muitas vezes, ela carrega consigo as marcas do passado — feridas emocionais, experiências mal elaboradas e histórias que moldam a forma como alguém se entrega, se conecta ou se permite viver o prazer.
O Impacto dos Traumas Sexuais
Traumas sexuais, mesmo quando não verbalizados, são como cicatrizes invisíveis que se manifestam em momentos íntimos. Quem passou por abuso, violação de limites ou qualquer experiência negativa ligada ao sexo pode desenvolver reações de defesa, medo ou distanciamento — mesmo dentro de um relacionamento seguro e amoroso.
As consequências mais comuns incluem:
- Distanciamento emocional: A pessoa evita se abrir emocionalmente por medo de ser ferida novamente.
- Ansiedade e medo durante o ato sexual: Como resposta a gatilhos que relembram o trauma.
- Disfunções sexuais: Como vaginismo, anorgasmia ou disfunção erétil, que muitas vezes têm fundo emocional.
- Sensação de culpa ou inadequação: O sentimento de estar “atrapalhando” a relação por não conseguir corresponder.
Nesses casos, o parceiro que não compreende a raiz do problema pode interpretar o comportamento como rejeição ou desinteresse, gerando frustrações que agravam ainda mais o quadro.
Experiências de Infância e Educação Sexual
Nem sempre o impacto do passado vem de um trauma direto. Às vezes, ele se instala de forma sutil, por meio da educação repressiva, do silêncio em torno do tema ou da visão negativa sobre o prazer. Crianças que cresceram ouvindo que sexo é sujo, errado ou que o corpo é fonte de culpa, frequentemente chegam à vida adulta com dificuldades para viver a sexualidade de forma saudável.
Em Ponto G do Amor, é ressaltado que:
- A falta de diálogo sobre sexo pode gerar insegurança, bloqueios ou dificuldades em expressar desejos e limites.
- Modelos familiares frágeis ou ausentes de afeto podem limitar a capacidade de se entregar emocional e fisicamente.
- A desinformação pode causar mal-entendidos sobre prazer, consentimento e intimidade, gerando frustrações constantes.
Essas marcas do passado podem afetar diretamente o presente: seja pela inibição, pela dificuldade em confiar ou pela tendência a repetir padrões disfuncionais sem perceber.
O Caminho da Reconstrução: Comunicação, Paciência e Amor
Superar o impacto dos traumas e da educação recebida não é algo que se faz sozinho — e muito menos com pressa. A construção de uma vida sexual saudável exige um esforço consciente de ambos os parceiros. O primeiro passo é reconhecer que há uma influência do passado, e então criar um ambiente de diálogo seguro, onde seja possível compartilhar vulnerabilidades sem medo de julgamento.
O livro “Ponto G do Amor” reforça que esse processo não é linear: haverá dias mais fáceis e outros mais difíceis. Mas, com amor, paciência e disposição para crescer juntos, é possível transformar a dor em aprendizado e o passado em base para um novo começo.
Um Relacionamento que Cura Também É Possível
A sexualidade de um casal vai além do físico. Ela é construída sobre histórias, crenças, sentimentos e experiências. Por isso, é tão importante entender de onde vêm certos bloqueios ou desconfortos. O que parece “falta de vontade” pode ser, na verdade, um grito silencioso por acolhimento, por espaço para curar.
O amor verdadeiro não apenas deseja o prazer do outro, mas também está disposto a caminhar ao lado na dor, na reconstrução e na cura. Afinal, quando dois corações se comprometem a se conhecer profundamente, até mesmo as feridas mais antigas podem se transformar em pontes para uma conexão mais verdadeira e libertadora.
No livro “Ponto G do Amor“, esse tema é tratado com profundidade e empatia, especialmente no capítulo “Lidando com o Passado”. Ali, o autor mergulha na complexidade dos traumas e da educação sexual recebida na infância, revelando como esses elementos podem interferir diretamente na intimidade do casal.