A traição dói porque ela é uma ferida emocional profunda, que muitos indivíduos experimentam ao longo de suas vidas, deixando cicatrizes que perduram por muito tempo. A intensidade dessa dor está enraizada em uma complexa interseção de fatores, incluindo confiança quebrada, normas sociais, sonhos despedaçados, o medo de confiar novamente e as expectativas da monogamia. Neste artigo, exploramos essas questões para entender por que a traição ocorreu tanto e como ela afeta nossas vidas.
A confiança é um pilar fundamental em qualquer relacionamento. Quando alguém é traído, essa confiança é violada de forma profunda e dolorosa. A confiança é construída ao longo do tempo por meio de ações consistentes e palavras sinceras, e quando é quebrada, a sensação de traição pode ser avassaladora. Essa dor é agravada pelo fato de que a confiança não pode ser facilmente restaurada. A traição dói porque uma pessoa atraída se vê questionando todas as interações passadas e futuras, alimentando uma sensação de vulnerabilidade.
Sentimento de fracasso e desilusão
Além da esfera pessoal, a sociedade desempenha um papel significativo na amplificação do dor da traição. Quando ocorre uma traição, há uma sensação de fracasso em cumprir as normas e expectativas sociais, gerando sentimentos de inadequação e vergonha. A exposição constante a narrativas culturais que celebram relacionamentos perfeitos e duradouros também contribui para a dor, já que a traição é uma realidade que colide com esses ideais.
Os sonhos compartilhados e as expectativas para o futuro são frequentemente destruídos pela traição. Em um relacionamento, as pessoas criam visões conjuntas de suas vidas, incluindo planos para a família, carreira e envelhecimento juntos. Quando a traição ocorre, esses sonhos são arrancados, deixando um vazio emocional significativo. A sensação de ter investido tempo e energia em algo que desmoronou devido à traição pode gerar sentimentos de desamparo e desesperança.
A traição dói por causa do medo do futuro
Quando a pessoa se entrega muito para o relacionamento, especialmente se é um relacionamento longo, ela pode acreditar que o relacionamento é a coisa mais segura que ela tem na vida e quando ele se quebra, ela acredita que não pode confiar em mais nada ou em ninguém. Aí, entra a sensação de perder o chão, de total desamparo e insegurança na vida de forma generalizada.
O medo de confiar novamente é uma consequência natural da traição, independente se for com o mesmo parceiro ou com outro. Após serem traídas, as pessoas tendem a se tornar mais cautelosas ao permitir que outras pessoas entrem em suas vidas de maneira íntima. Esse medo é um mecanismo de defesa para evitar mais dor, mas também pode levar a uma relutância em se envolver em futuros relacionamentos saudáveis. O processo de cura envolve a superação desse medo e a disposição de se abrir para a possibilidade de confiança novamente.
Quebra de crenças pessoais importantes
A monogamia e a expectativa da fidelidade cristã, também contribui para a intensidade da dor da traição, pois são formas de pensar que direcionam os nossos desejos e a nossa moral em relação que é bom e aceitável. A ideia de que um parceiro deve ser exclusivo e dedicado ao outro reforça a expectativa de lealdade. Quando essa exclusividade é quebrada, a sensação de traição é ampliada, pois parece uma violação direta do compromisso mútuo, é uma grave quebra de contrato.
Além da visão moral, há uma crença a respeito de quem é o seu parceiro em jogo também. Quando há traição, é muito comum ouvir as frases “eu pensei que eu o conhecia”, “percebi que não sei mais com quem eu me casei”, ˜eu jamais esperava isso dele”, “sinto que ele mentiu pra mim por todos esses anos”.
Leia também Traí e me arrependi: devo contar?